quarta-feira, 10 de março de 2010

Palavras

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Sou aquilo em que me tornei
Orgulho não tenho mas sei
Que quando me invade a razão
Me desprego da agarrada emoção
E expulso as palavras que pensei

Palavras que de mim são oferecidas
Palavras que de mim não são entendidas
Fragmentos de coragem expostos
Pedaços de ideias na mesa dispostos
Ideias que no final são perdidas

Mas que estranha palavra foi a minha
Que me roubou a crença que tinha
E despejado fui eu num sujo mar
De pedras, que me obrigaram a aceitar
Toda a injúria que para mim vinha

Mas qual o mal será de quem
Que escolhe o lado de outro alguém
Que não o meu mas contra mim
Que não sou eu mas vivo assim
Perdido no ódio de quem não o tem

No fundo, esse outrem sabe o que quer
Ganhar fruto num abuso de aluguer
Fruto que por esse estará envenenado
E que a sua vida só terá acabado
Quando, para onde fugir, já não tiver

E quando imerge a voz da verdade
Afoga em mágoas toda essa maldade
Desconfianças se transformam em consentimento
Todo esse vexame em arrependimento
E as minhas esperanças num mar de saudade

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