quarta-feira, 10 de março de 2010

Procura

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Na calada da noite sinto um cheiro
Um odor penetrável, arde-me os olhos de vingança
Percorro as ruas molhadas de luar
O calor inimigo de outrem me da esperança
Sede de a saciar, vontade de a matar
Meus passos descalços de bondade
Nus de boa vontade e cansados do tempo
Pisam as pedras da calçada sem culpa
Corrompem as ervas inocentes com sua maldade
Sei que estou certo, porque estás perto

E nada disto passa, nada disto afunda
Continuo assim, nesta noite que em mim fecunda

Mas na minha contínua perseguição
Procuro-lhe um romper de olhares
Busco perdido em tantos lugares
O que em mim desperta má sensação
Oh! casas que me olhais tristes
Não me podeis ajudar neste momento
Pergunto-vos o que quero e o que espero
Tenho vossos olhares como um vazio sentimento
Nada a mais que vós posso eu fazer
Pois sinto e ao mesmo tempo desminto
O que em mim sente, o que em mim está quente
Não aceito que esta cidade seja minha
Que esta cidade seja eu, que este frio seja meu
Que esta noite viva em mim
Que esta dor não chegue ao fim
Pois sinto e ao mesmo tempo desminto
Que a pessoa que eu procuro nesta noite…seja eu.

E nada disto passa, nada disto afunda
Continuo assim, nesta noite que em mim fecunda

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