sábado, 5 de junho de 2010

Rio

.
Vem sentar-te onde estou
Onde estou e onde fico a olhar
O tempo passar e dizendo-me:
Que tendo-me com ele, ele escolhe
E me acolhe nas suas asas
Que são casas para almas nuas

Vem sentar-te aqui comigo
Onde contigo quero estar
E aproveitar o ar que respiro
E suspiro por medo eu ter
De perder o que me dá vida
Que embora perdida, tenho-a

Tenho-a agora á beira-rio
Onde do frio ela é amiga
E da cantiga que me assusta
Porque me custa acreditar
E aceitar a melodia do adeus
Que em sonhos teus, vou cantar

Oh rio como tranquilo corres
E morres quando encontras o mar
Não consegues parar e eu andar
E fico imóvel a pensar na solidão,
Das margens e do chão, sem ti
Aqui para as molhar com teu passar

A água que tu representas
E me apresentas é o tempo,
É o templo e o exemplo da vida
Que sem outra saída segue em frente
Ausente de qualquer recuo
E amuo por esse não estar presente.

0 comentários:

Enviar um comentário