sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ser-se

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Como o tempo passa tranquilamente
Ninguém pode nada apenas se sente
Os dias contando e as horas correndo
Luzes apagando e pessoas morrendo
Tudo isto com explicação:
Não se pode dizer não.

Efémera vida que a todos nos calha
Cana verde que se torna em palha
Para quê contrariar a Natureza
Se ela sem medo actua com leveza
Sendo tarde ou cedo
Ela nos mata sem tristeza

Ingénua luz a das baixas plantas
Oh inconsciência tu que me encantas
Habitas a erva e até mesmo o animal
E porque com a pessoa não ages igual?
Não digo a todas nem sempre
Só não quero que a dor entre

Mas o próprio saber de que se sabe
Não é mau de todo e até em nós cabe
Infelizmente só sabendo se sabe a dor
Do que é ser-se Homem e não uma flor
Ser-se e não apenas ser
Ver-se e não apenas ver

Ter alma, grande responsabilidade
Ter calma, grande estabilidade
Pois a vida baseia-se em alterações
Diferentes sentimentos e acções
Que fazem nós quem somos
E nunca mais seremos quem fomos

Ser humano não é apenas ser vivo
Não é apenas viver pelo simples motivo
De nascer crescer e por fim morrer
Não é apenas, de pessoas, chamados ser
Ser humano é também ter consciência
Da dor que implica a nossa existência!

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