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Como é difícil acreditar num infinito
No fim de um infinito sem sequer um começo
Que nem mesmo com a maior força que conheço
Serei ou serás tu capaz de um dia decifrar
Nas cartas de uma vida, sem segredos a desvendar,
O código da cura que da sua razão me esqueço;
Não é, de todo, um fim inesperado
Pois nada em que acredito simplesmente se resolve,
Nada se faz ou acontece sem o mal que envolve
Toda a corrente de um rio que corre quase morto
E do sol que nele se espelha lúgubre e absorto
Negar a ele mesmo que a descrença lá se dissolve;
Ás vezes questiono-me, para quê tanto esforço?
Por mais que seja uma causa mais que perdida
Mais não é que mais uma causa na nossa vida
Pela qual quase involuntariamente se luta
Talvez porque a voz do inconsciente se escuta
E não nos deixa nada mais que só essa saída
Uma saída para o sossego de uma alma
Um conforto por ser cumprido um próprio dever
Até quando esse fim chegar por nada se poder fazer,
É inevitável o choro e a dor pela incapacidade
Resta-nos somente afogar numa vil infelicidade
As certezas de um término – um triste perecer;
Promessa atrás de promessa e para quê?
Outra e não mais que simplesmente mais uma,
Espera-se, que por entre tantas, não se suma.
Se invocará alguma mudança, não serei, pois eu
Que desvendará as lacunas do misterioso céu
Que se esboça no mar e é apagado pela espuma;
Não desistas pobre ser que agora rezas
Pode ser, que ainda perdida, essa alma não esteja
E que “alguém” do bem a tua luta, como uma, a veja
E atenda à tua prece por uma súbita mudança
Que quanto mais se demora mais te rouba esperança
Acreditamos juntos, que mal, a ti ninguém deseja;
Mas acontece e há sempre um escolhido
Porquê eu, tu ou ele? Puro azar de um destino
Que não nos escreve as palavras de um hino
E nos deixou os restos de uma feia canção
Escrita na pressa de um tempo sem recordação
Pobre vida segura agora por um frágil fio fino.
sábado, 12 de março de 2011
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