sábado, 12 de março de 2011

Pe(r)dido

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Recordo agora enquanto escrevo
Momentos que o esquecimento não me levou
Memórias que ainda exaltam tenra idade
Uma experiência que em mim muito mudou,
Não espero mais que continuar esperando
Cuidando dos caminhos por onde eu ando,
E ao sonhar os dias desse outro lado
Fico, de certa forma inútil, entusiasmado;

Imagino ainda só, o que lá me espera
Serei eu também capaz de o fazer?
Hierarquias esperam-se, ser respeitadas
Mas também aqui estou para obedecer,
Nada mais isto é, ou sou, que nada
Uma mísera palavra que por mim invocada
Espera fazer, bem lá no fundo, alguém
Sentir-se mais do que apenas… ninguém;

Também agora me aguarda uma tarefa
Mergulhado em hipóteses e só uma escolher
Não direi que me foi, talvez difícil
Pois de tantas, poucas mais poderiam ser,
Também não escolho com intenção de ajuda
Nem fico à espera que em momentos me acuda
Quero apenas que em boa hora me surpreenda
Assim como em má hora, me repreenda;

Por fim, não mais que esperança me resta
E embora os olhares aqui se me apontaram,
Onde outrora morara uma lívida duvida
Mora hoje o que as certezas enfeitiçaram,
Não sei se será ou não, o melhor para mim
Mas não quero mais que somente um sim
Espero então que a vida um dia me traga
Um episódio feliz nesta dolorosa saga.

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