quarta-feira, 16 de março de 2011

Primavera

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O que terá de tão especial, para nascer tudo nela
Nascem os galhos, as flores, nascem os frutos
Fazendo de cada árvore uma linda Cinderela
Mas que bela, só de a imaginar
Extrema frescura que me faz suspirar!

Oh, pássaros que já não me lembrava vosso chilreio
Voltais agora como se fosse este vosso verdadeiro lar
De onde de vós, garanto, nunca ele ficará cheio,
Venham, façam de mim uma planta
E do meu ar o vosso céu que encanta;

E se eu fosse parte de vós, ou como vós quem me dera
Ser o tronco da árvore ou mesmo a flor que germina
Oh, quem me dera que vivesse em mim esta Primavera
Pois não passo de um outono decadente
Numa época teimosa e persistente;

E esse raio de luz que não mais chega cortando o tédio
E matando a penumbra em que hoje eu me alojo,
E a lua luminosamente fraca que não passa de um assédio
Um ilusório cenário que sempre estivera
Todo este tempo submerso sem primavera.

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