segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Perfume

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Saio á rua nesta manhã fria de fevereiro
Sinto a fresca brisa debater-se sem cheiro
Que estranha sensação, vazia e em vão
Não me traz nada de novo senão… acréscimo
Um a-mais sem rodeios e sem riqueza
Que me arrefece o corpo num arrepio de frieza;

Pairando nas pesadas camadas de ar
Fluem guticulas aromáticas de um perfumar
Mais doce que a própria alegria de o sentir
O mais suave que na suavidade cabe
Mesmo desconhecendo a nascente de tal aroma
Sei-lhe a pureza que por inteiro me toma;

Flutuam-me os sentidos e pensamenos agora
Enquanto me é inoculado o que a paz chora
Mas deixo-me levar na onda deste perfume
E pelo lume que me queima a lívida certeza
De uma ligação profunda e desesperada
Ao fio ténue de uma alma desligada;

As peças conjugam-se a cada passo e suspiro
As duvidas saceiam á medida que o respiro
Não suspeito mais desta agonia que se me cria
Sei agora o que me fora roubado pela sedução
Sem fé ou debução afirmo sem arrependimento
Este perfume não é mais que um sentimento…

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