segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Papagaio

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Voa o leve papagaio
Vergando ao vento que o domina
Preso no dedo da criança
Num movimento que a fascina
Assim passa tardes inteiras
Fugindo à dor e ás rasteiras
Vergando ao vento que o domina
O papagaio que a fascina

Movimentos de esperança
Ondulatórias vibrações
Torce o espírito da criança
Inunda-a de emoções
Não mais, ela, espera ver
Tamanha paz aparecer
Nas noites que lhe apagam
Lembranças que amargam

Voa o frágil papagaio
Nos céus inalcansáveis
Voa, coitado, perdidamente
Voa ao sabor de ventos instáveis
De fraca matéria é feito
Corrompido pelo preconceito
Destrói as vértebras aos poucos
Este sentimento que é de loucos

Oh triste, porque não voas
Nem mais és que a felicidade
E no integro de uma alma
Morres tu de ingenuidade
Pairas assim sem saber porquê
Num céu que nem se vê
Flutuando na inócua eternidade
De uma juvilosa novidade.

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