quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Monstro

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Reflecte-se no espelho pela manhã
O mestre pecado da verde maçã
Procuram os olhos meu reflexo
Mas encontram só, um nada virado
Invadindo sem piedade ou complexo
Meu esboço do corpo tirado

Não sabe o que vê? Sabe-lo bem
O coração que o meu corpo tem
Será dele o meu real problema?
Ou do monstro que vive sem renda
No seu confortável e diabólico lema
Reza assim o fim a velha lenda

De o tirar de mim sinto-me incapaz
Pois rouba-me a calma, leva-me a paz
Um outro eu que me apoderou
Ou até que sempre em mim viveu
Insatisfeito comigo próprio estou,
Vivo agora sem chão, vivo sem céu

Monstro que me comes por dentro
De um buraco negro sou o centro
Sugas todo o mal que te dá a volta
O mal que me rodeia e te procura
Quero largar-te e deixar-te á solta
Quero o bem que vem e te rotura.

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