.
Não sei o que escrevo
Nem porque escrevo
Sinto só que deva escrever
As palavras que estão a ferver
No meu corredio sangue
Para que este não se zangue
Mas porquê estas palavras
Tão pobres e míseras
Nem dignas de poeta são
Nem do coração ou das vísceras,
Vão-se esboçando sem emoção
Coitado de mim, onde vou
Pernas paradas, mão activa
E uma visão que me cativa
É o que me resta do que ficou
Ao longe na colina fina
Que me denuncia e magoou
Tristeza minha esta
Por não ser quem sonho ser
Mas tempo sobra e fica a ver
A tempestade que arruma a festa
Invoco alma triste
Que descreve o que vivi
Escreve na pedra o que senti
E na areia o que vi
Leva a água e esquece
As palavras que lá escrevi
Pedras da vida que se acumulam
Nas mãos que me seguram
Não esqueço o frio nem a dor
Que me puxam e empurram.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário