sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Amar

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Amor, quem sou eu para disto falar
Alguém que nem sabe o que é amar
Certamente nem sei o verdadeiro
Ou até se este mesmo existe
Sei, somente, que em mim assiste
A um sentimento selvagem e forasteiro
Vadio, verde e talvez inculto
Quem sou eu para gritar no tumulto
E que força tem a minha voz
Onde tantas palavras vivem sós

Posso brotar agora da terra
Como a frágil planta que busca o céu
Posso estar a começar a escalar a serra
E ainda com os olhos tapados por um véu
Mas desde que rebentei e a escalar comecei
A tamanha montanha que é a vida
Os sentidos e sentimentos desta subida
Já estalavam as reacções que aguentei
E por isso, se sinto porque tenho coração
Muito diferente dos outros sentimentos não são

É preciso sofrer para saber?
Não ser esfaqueado e como isso doer
Para finalmente dizer, sei o que é amar?
Ou somente, sei o que é por amor chorar?
Pois então digo, mergulhado na ingenuidade
E na inexperiência da minha tenra idade
Saber o que é amar é saber ser humano
Humano e não somente de carne e nome
Sê-lo por completo e sendo-o sabe sem saber
Que ama e sabe amar o bem que dele come.

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