sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Viagem

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Numa caixa móvel percorro
Distâncias sem fim mas com destino
Guiado por vontades e bondades
Onde num teste de perigo alinho
Não sei se vale ou não o risco
Ou se de uma armadilha sou o isco
Simplesmente não sei o fim do caminho

Posso, claro, na viagem onde vou
Para sempre fechar os olhos
Mas medos e perigos há aos molhos
Pois por isso com esperança estou
Que para trás imune fique
O mal que muitos outros matou

O coração nas mãos fica
De quem na terra vê partir
Os entes que em busca da terra rica
Da raiz do lar têm de fugir

Paisagens estranhas entranho
Pelas estradas das cidades entranhas
Procuro ovelhas para o meu rebanho
Procuro-as como procuro ser maior
Sou pequeno ainda… um grão
Uma mísera migalha de pão

Sinto a sede de novos mundos
Beber da sua essência de conhecimento
Crescer a conhecer onde me alimento
E assim cresço mas só se não esqueço
As palavras ouvidas e terras pisadas
De lugares longínquos e gentes afastadas

Mas luto e tenho de fazer por ser
Ou por vir a ser parte útil
De uma vida inútil que estou a viver.

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