sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Luar

.
Fraca luz que à noite vive
E que dela e nela faz o seu trabalho
Como ela estou e sempre estive
Fraco, vivendo de remendo e atalho

Sentado nesta brisa aprecio a lua
E o que ela me dá neste momento
Aqui sinto a amargura da alma crua
Crua como uma planta verde ao vento

Não é triste o que agora sinto
Nem desolador este longe luar
Certamente porque as pedras finto
Na estrada pisada pelo meu andar

Tão fácil é caminhar pelo escuro
O escuro que vem dos olhos cerrados
Quando o luar te mostra o furo no muro
Onde possas pousar teus pés molhados

Molhados pela água que te faz falta
E escorregando nos anos de peso e dureza
Noite claramente pálida, lua alta
Dá-te olhos de ver à altura da pureza

A nós desejo que não nos falte luas
Da sabedoria, conhecimento e experiência
Pois cobrindo como cobre peles nuas
Dão-nos o conforto nesta nossa existência

E quantos dias não nos parecem dias?
E quantos minutos nos parecem horas?
Quantas companhias quentes ficam frias
E as boas oportunidades nos dão foras?

Todo o dia sendo dia para ti é noite
Se a luz dos astros não te guia
E qualquer nocturna sombra dói-te
Se a fé na luz não te faz companhia.

0 comentários:

Enviar um comentário