terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mudança

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Não serei sempre um frustrado
Sei e conheço as minhas capacidades
Olho o futuro e parece-me desfocado
Sei que nele existem muitas possibilidades
Só não me sinto preparado

A mudança está sempre presente
E as escolhas dela fazem parte
Da água da esperança sou nascente
De que um dia eu serei arte
E a desilusão ausente

Submerso no medo de falhar
Agarro-me à luz da vontade
Uma vida apenas tenho para usar
E se errar escapar-se-á a idade
De mais tarde voltar a tentar

Mas porque é que nunca sonhei
Em ser alguém como toda a gente
Ser normal como tudo o que sei
Por mais que lute ou até tente
Sei que assim continuarei

A vontade imensa de ser diferente
Impede-me de sonhar por vezes
Por isso vergonhas meu ser sente
Dando aos dias cores de meses
Crueldade que não mente

É muito certo acabar tudo mal
Tudo dar errado e cair perdido
Jorrando lágrimas de água e sal;
No meio de tantos estar perdido
E abandonado por igual
Sei que não devo olhar para o lado
Olhar o outro e estalar-me na cara
A tristeza de não ter esse legado;
A fraqueza por a força ser rara
E o meu fogo molhado

Resta-me apenas continuar a ser eu
E lutar pelos sonhos em pausa
Acreditando que o limite é o céu
E que esta luta é por uma boa causa
Ai! Como quero que sejas meu!

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