sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Teatro

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A minha vida não passa de um teatro
No fundo, a vida de todos é uma encenação
Não quero dizer que somos falsos e sem coração
Não, apenas somos actores e actrizes
Que das falas fazendo guiões e matrizes
Comandam a própria vida mais facilmente
Porque não é difícil ser outro, basta não se ser
Não ser quem costumamos ser disfarçadamente
Mostrar a outra fonte onde vamos beber
Pois não há em nós uma só fonte de vida
Somos simplesmente mais que apenas um só
Não vale a pena esconde-los debaixo do pó
Debaixo da inutilidade assim entendida
Sem querer de cada dia fazemos as cenas
Cenas em que somos outros para parecer bem
E para que sejamos apreciados também
Isto acontece porque é preciso ser-se um actor
Ser-se um actor da vida sem qualquer pudor
Todos nós os somos, todos nós os seremos
Todos nós seres humanos precisamos interagir
Relacionar, criar, ligar-nos a quem queremos
Mas nada é feito, nada é conseguido
Se o nosso personagem deixarmos escondido
Não tem que ser mau nem propriamente bom
Tudo é feito por segurança e auto-estima
Tudo isto é feito, como quem faz uma rima.

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