domingo, 17 de outubro de 2010

Inocência

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Inocente virtude brincando na estrada
Onde o mal que aí vive passa ao lado
Da ineficaz aprendizagem captada
Mal apreendida ou somente ignorada
Vive assim a brincar nos espinhos
A humilde criança abandonada

Rua, principal casa sua
Feliz, vive na ingenuidade da idade
A idade que lhe permite errar
Errar e não ser punida pelos maiores
Desejo dos grandes agora mais distante
Perdendo aos poucos o seu amante
Jeito de pequeno que o bem garante
Segura mas nem todo o mal cura
Da culpada alma não mais pura

Olho a jovem alma que me agita
E que me deturpa o reflexo da minha água
Já parada na calma que me irrita
Estranha estagnação adquirida
Ao sabor do vento que leva o tempo
Tento olha-la como uma partida
Para uma viagem ao meu passado
Recuo e não sinto vida
Sinto que foi um começo acabado

Na impossibilidade de a ser novamente
Resta-me a nostalgia somente
Nada volta atrás, vida é entropia
Crescer em vidas más, o mal é que nos cria
Rebento de uma nova flor
Sente o calor do meu amor
Sente o perigo e foge desse mal
Pois para ele, toda a gente é igual.

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