domingo, 10 de outubro de 2010

Poder

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Sarcófagos túrgidos de ouro
Trancados com chaves de ganância
Deambulam na própria ignorância
Ignorando conselhos exteriores
Como se conhecessem seus horrores

Gente cega pelo ofuscante brilho
Gente imune à medíocridade
Despojados de qualquer piedade
Julgam-se mais que os demais
E no fundo são todos iguais

Produtores do estrume da sociedade
Eles mesmos são culpados de o ser
Não mais que mísera crueldade
Na excêntrica vida em seu poder

Fazem-no e até com certo prazer
Ou por incapacidade de para baixo ver

Mas os de baixo, bons conhecedores
Têm noção do seu mesmo tamanho
Restringindo-se a guardar seu rebanho
Têm o orgulho a humildade e a boa fé
Que lhes fazem aguentar a esperânça de pé.

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