terça-feira, 5 de outubro de 2010

Solidão

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Divisões sozinhas, vazias
Anteriormente repletas de vida
Estão agora mortas à mercê do pó
Poeira que advém da partida
Do lar que vive só

Eco dos passos entoa nos corredores
Frios agora, quentes outrora
Perduram apenas vermes roedores
Roendo mobílias de quem foi embora

Solidão inesperada
Repentina e odiada
Nunca se está preparado para viver
Apenas acompanhado de nosso ser
Alguém com quem falar e ouvir
Corpo móvel fazendo-se sentir
Sentir sua presença viva
E a solene voz que cativa

Casa abandonada
Ao desprego por necessidade
Saudade acentuada
Pela dureza da realidade
E a vontade, essa vive longe
Ou não vive simplesmente
Porque vivendo sozinho…
Sobrevive-se sómente

E os dias tornam-se dolorosos
Quando á porta se espera alguém
Que se tem a certeza que não vem

Dor mais sofrida que sentida
Dor que esmaga o coração
Que outra dor poderia ser
Se não a dor da solidão?

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