domingo, 17 de outubro de 2010

Trabalhador

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Homem endurecido pelo estalar do sol
Com mãos calejadas e gretadas
Que te tornam duro de coração mole

Habituado já pela própria obrigação
Sentes e sabes que mentes
Quando afirmas ser a tua vocação

Nasce o dia e já esperas pelo fim,
Voltar ao conforto do lar
E por uns dias poder ficar assim

Sentado na soleira á espera da hora
Segurando o pão na fraca mão
Aguardas o momento do ir embora

Momentos de olhares cruelmente vagos
Calados e quase apagados
Lembram-se de esforços mal pagos

Homem a quem a vida não iluminou
E que os passos foram escassos
Na corrente do tempo quase estagnou

Vive apenas porque tem de sobreviver
Para guardar e alimentar
A familia que prometeu proteger.

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