terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Banal

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O que é para mim
Um natal assim?
É uma festa sem começo
Sem meio nem fim
Uma alegria sem sentido
E um coração partido
Por não ter hoje mais
Os seus dois pais;

A alegria dos presentes
A tristeza dos ausentes
Por não poderem estar
Com os seus parentes,
Passa assim um natal
Como nunca houve igual;
(Uma família desligada,
Uma fogueira apagada)

Como tudo é em vão
Quando é feito sem coração
Como tudo é banal
Quando se faz sem emoção
Os bolos sobre a mesa
Recheados de tristeza
É mesmo realidade
Esta difícil saudade;

Oh que triste data
Por estes dias pacata
Acordas-me este ódio
Que por dentro me mata,
É apenas mais um dia
Sem um fio de alegria
Já não é mais o que era
O sentido que eu lhe dera;

Talvez um dia seja
O que o meu ser deseja
E que toda a família
Á volta da mesa esteja
Reunidos e em paz
Como há uns anos atrás
Voltando tudo a ser
Como estou a escrever;

Oh natal que partiste
Minh’alma agora insiste
Que voltes á casa
De quem tu desististe
Bate em meu coração
Que eu dar-te-ei a mão
Devolve a alvorada
Aos dias de consoada!

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