sábado, 25 de dezembro de 2010

Neve

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Neva agora na esquecida aldeia
Entre as montanhas e no vale que a acolhe
Esperando que a paz também a molhe
E que de alegria fique então cheia
Por ver os flocos cair
E as crianças a sorrir;

Neva hoje como nunca antes nevara
Cobrindo os verdes campos de cultivo,
Fazem do branco um motivo festivo
Deliciam-se da neve que nunca mais para,
E assim se vai passando
Um lindo dia, só nevando;

Vão surgindo ás portas das casas
Frutos de uma imaginação de novidade
Em que, independentemente da sua idade,
Todas as ideias engraçadas ganham asas
E enquanto a história se escreve
Nascem os tais bonecos de neve;

Neva na aldeia, parece a primeira vez
Assenta o manto sobre as altas colinas
Como que vestindo de paz essas meninas
Paz que cobre o chão, do céu que a fez
E as pequenas habitações
Derretendo corações;

Mas o sol aparece na manhã seguinte
Penetrando como facas nos sólidos flocos
Que endurecidos pela noite, parecem blocos
Armados numa muralha de um pedinte
Nada pode agora evitar
O seu próprio descongelar;

Vão se descobrindo as terras novamente
Volta assim tudo a ser como sempre é,
E quase sem que ninguém por isto dê fé
Pingam das árvores o que era anteriormente
Um acontecer inacabável
De um sonho impensável.

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