sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sono

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Olho a minha alma aos poucos adormecer
Caindo no colo de um ser que me acolhe
Sinto a febre gradualmente a aparecer
Pela incapacidade de ver por mais que olhe
Ver a realidade a encharcar-me
Ver o sonho abandonar-me!

Sono soberbo que sabe o que sou sem ele
Faz falsamente calar quem não o quer fazer
Faz adormecer própria parte que é dele
Absorvendo o brilho sem o conhecer
Primeiro adormece a alma,
Depois o corpo, com calma!

Assim finda o dia que o sol hoje nos deu
Nascendo o assassino nocturno que mata
A visão do mundo e os passos no céu
O olhar moribundo de uma réstia pacata
Restos de uma fogueira
Não mais agora, que poeira!

Aprecio dolorosamente do meu canto
A inconsciência apoderar-se de vós
Tornar pedra o vosso doce encanto
Embaraçar a vossa linha em vários nós
Trocando-vos as voltas
Dessa linha de pontas soltas!

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