quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ficção

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Funde-se o imaginário nas minhas fortalezas
Consome a alma este fogo que me queima
Deixa-me nuamente imune ás fraquezas
E consinto com o mal que comigo ateima
Não sei quem sou quando olho o reflexo
E fico perplexo,
Como tudo mudou e hoje aprecio de fora
Uma verdade de outrora;

Será minha falsidade ou mesmo maldade
Que interrompe e desfoca a minha luz?
Será tudo isto uma simples e mera verdade
Que por obscuros e maus trilhos me conduz?
Gostava eu tanto de poder ser legítimo,
Ao meu ritmo,
De ser carne sã e não a carne amarga
Que é hoje minha carga;

Pobre ser que apodrece na própria mentira
E digerido pelos larvantes perfuradores olhares
Olhares que me furam como a larva que retira
De dentro de uma maçã conjuntos moleculares
Fica assim, recostado, o oco que me resta
E não atesta,
Não volta a encher o que por mal foi roubado
E de mim foi levado.

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