quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Lágrimas

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Vem, deita-te comigo nesta verde relva
Olharemos o céu e ouviremos o canto das aves
Esquece ao meu lado que o mundo é uma selva
Faz de conta que o sabor da dor, tu não sabes
E que o tempo que comigo vês á frente passar,
Correndo somo se de alguém estivesse a fugir,
Vives intensamente para mais tarde recordar;

Vem, sente o calor da minha intensa presença
Sente que estou aqui e te olho suavemente
Como se o meu olhar magoasse a tua crença
Em que eu seria sincero, um ser que não mente
Dando-te a tranquilidade serena que te falta
O conforto de uma companhia que te idolatra;
O meu coração agora salta e aos céus exalta

Exalta a imensa alegria que agora inunda
As margens do meu rio com esse teu olhar
O olhar que depois da primeira vez ou segunda
Continua a colar-me a ele e a ele eu amar
Simplesmente porque somente não lhe resisto
Não preciso mais que apenas… estares aqui
E lutarei contra o tempo, pois por ti não desisto

Mas não consigo evitar estas lágrimas interiores
Choro por na realidade tu não estares ao meu lado
Caem lágrimas do meu degelo, intrínsecas dores
Um aperto deste dúctil coração que bate parado
Bate em função da dor pela distância do teu amor
Bate de sofrimento como se estivesse arrancando
Pétala a pétala da minha pequena e frágil flor

Resta-me levantar agora deste meu terreno frio
E sentir realmente a terra sob os meus pés
Tenho consciência de quem sou e por isso alivío;
Recomeçarei uma nova viagem á média-rés
Por vales e montanhas eu caminharei por igual
Na procura de uma impossibilidade mais possível
Na tentativa de encontrar um ser com menos sal.

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