quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Viajante

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Sou um viajante sem rumo
Á deriva num mar de pensamentos
Onde da essência tristeza consumo
Sem saber para quê
Pois vivo sem porquê

Viajo numa nau perdida
Guiada pelo vento da bondade
Ela é a minha própria vida
Que sem velas
Depende delas

Que quero eu dizer com tudo isto?
Nada mais que a pura verdade
A verdade de que sou mesmo isco
De famintos tubarões
Num turbilhão de emoções

Predadores que ficam á espera
Do mais pequeno e meu, erro
Conseguir engana-los, quem me dera
Ser capaz de ter
Força p'ra os vencer

Viajo então infinitamente
Pois o universo é imensurável
Facto que ninguém me desmente
Facto que me fatiga
Já não sei o que diga

Não sei dizer o que penso
Nem sequer o que agora escrevo
Restrinjo-me ao comum do senso
E passo a ser o pobre
Que o saber não cobre

Oh vento que fazes a minha viagem
E traças a linha do meu horizonte
Não faças do meu cansaço paragem;
Do mar a terra
Ou da planície serra

Enche as minhas asas de tua energia
E move o que de parado está farto
Aquece a minha água que é fria
E eleva aos céus
Sonhos que são meus

Viagem que nem a meio vais
Sinto já o fim tão próximo
Sinto até que não vou mais
Ser capaz de navegar
Neste turbilhento mar.

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