sábado, 11 de dezembro de 2010

Doença

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Oh dor que da minha carne é feita,
Todas as noites na minha cama se deita.
Porque escolhe tão energúmeno ser desaparentado
Para que seja assolado por sua escrava tempestade
Que devora corrompendo as asas ao amaldiçoado!

Sou eu sim a quem a dor escolheu,
Para me dar na terra, a vontade do céu.
Nada mais que uma escolha arbitrariamente falsa,
Executada por um destino moribundo e sem rumo
Onde o fumo do horizonte, sapatos de espinhos calça.

Ai como agoniar me faz esta doença
Quem me dera não lhe sentir a presença;
Quem me dera ser um barco no mar alto á deriva
Flutuando nas águas límpidas e tépidas do conforto,
Desprendido da âncora maliciosa, pesada e negativa.

Tomara a mim a dor não me conhecer
A dor da doença que hoje me faz sofrer.
O próprio pensamento de pobreza do meu potencial,
Realidade esta que me arranha a alma ao tentar digerir
E que me obriga e impõe uma vergonha existencial.

Noção tenho, que não estou no fundo
Do poço imundo que é este submundo;
Onde a lama me prende os passos que já não mais dou
E a voz me absorve, do grito mudo que vazio se escapa,
No oco do poço onde a minha pobre alma ali se criou.

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